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The Handmaid’s Trump

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Em 2016, a 10 meses do final do seu mandato, a maioria republicana no Senado impediu Barack Obama de substituir o falecido juiz Antonin, do Supremo Tribunal. O líder dos republicanos, Mitch McConnell, justificava a decisão com o argumento de que os eleitores teriam uma palavra a dizer, pelo que a substituição do juiz do Supremo só deveria ocorrer após o acto eleitoral marcado para o final desse ano.

Quatro anos volvidos, Donald Trump nomeou Amy Coney Barrett, na sequência do falecimento da icónica Ruth Bader Ginsberg, a menos de um mês das presidenciais. O ainda líder dos republicanos, Mitch McConnell, bem como a bancada republicana no Senado estado-unidense, nada tiveram a opor. Os eleitores, esses, nada puderam ou tiveram a dizer.

Desta forma, cumpriu-se a vontade de Donald Trump, que nomeu o seu terceiro magistrado vitalício na mais alta instância jurídica dos EUA, ampliando a maioria republicana no Supremo. Uma maioria com a qual o presidente conta para invalidar uma possível vitória de Joe Biden na secretaria, plano em marcha há várias semanas, assente na narrativa da fraude eleitoral.

O cerco está montado. Mesmo que Biden vença as eleições, o Supremo Tribunal dos EUA será uma força de bloqueio à governação do novo presidente. E com três juízes nomeados por Trump, a última das quais uma ultraconservadora membro da People of Praise, uma organização fundamentalista católica que advoga, por exemplo, que as mulheres se devem submeter à vontade dos seus maridos, o cenário não é nada animador. Após vários episódios verídicos de Black Mirror, a realidade parece apostada em reproduzir The Handmaid’s Tale.


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